Umbanda

A palavra Umbanda também é oriunda do vocabulário Bantu !

Se escreve Umbandá = arte de curar, magia da cura (do Kimbundu).


A Umbanda é uma religião nova, com cerca de um século de existência. Ela é sincrética e absorveu conceitos, posturas e preceitos cristãos, indígenas e afros, pois estas três culturas religiosas estão na sua base teológica e são visíveis ao bom observador. 


Uma data é o marco inicial da Umbanda: a manifestação do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas no médium Zélio Fernandino de Morais ocorrida no ano de 1908, diferenciando-a do espiritismo e dos cultos de nação Candomblé de então. 


A Umbanda é uma Religião e também é um Sistema de comunicação, entre o mundo psíquico ou espiritual e o mundo físico ou material, e é neste sistema que estão incluídos todos os seres vivos e mortos, nascidos e por nascer.

Os Espíritos se dividem em dois grandes grupos: ORIXÁS e EGUNS.

ORIXÁS: Espíritos de freqüência altíssima que nunca tiveram qualquer espécie de vida material.

EGUNS: Espíritos evolutivos, de freqüência baixa, que evoluem através de reencarnações neste e em outros Orbes.
Todos os conhecidos Guias da Umbanda, são Eguns, evoluídos, que trabalham na Seara Divina, em prol do aprendizado dos irmãos aprisionados na matéria evolutiva, sob a égide dos ORIXÁS.

Os Espíritos se agrupam em NAÇÕES.
Uma Nação é o agrupamento de pessoas ou seres, que circundam o mesmo local, usam os mesmos trajes, falam o mesmo idioma (incluindo os dialetos), a têm o mesmo sistema filosófico, religioso e dogmático.
A Umbanda é praticada por sete (7) Nações:

KÊTO
GÊGE
NAGÔ
ANGOLA
ALMAS
OMOLOCÔ
ORIENTE

A Umbanda é estruturada, moralmente, em 3 princípios: Fraternidade, Caridade e Respeito ao próximo.
Admite um Deus gerador chamado (Zambi), que é o criador de tudo e todos. Seus adeptos (chamados também de "umbandistas" ou "filhos de fé") cultuam divindades denominadas Orixás e reverenciam espíritos chamados Guias.
Sua orientação espiritual ou doutrinária é feita pelos Guias - espíritos que atuam na Umbanda sob uma determinada linha de trabalho que, por sua vez, está ligada diretamente a um determinado Orixá.

Os guias têm sapiência e consciência da natureza humana e os atributos para que essa humanidade possa evoluir e seguir por um caminho melhor.
Os guias se manifestam através da mediunidade dos médiuns, sendo a prática da incorporação a matriz do trabalho deles - ato pelo qual uma pessoa médium, inconsciente, consciente ou semi-consciente, permite que espíritos falem através de seu corpo físico e mental.

Os guias possuem diversos arquétipos pelos quais se apresentam através da incorporação. Cada arquétipo está ligado a uma determinada Linha Espiritual. Como exemplos desses arquétipos podem citar:

Pretos Velhos
Caboclos
Baianos
Boiadeiros
Marinheiros
Crianças
Exus e PombaGira

Os arquétipos são roupagens utilizadas pelos guias para se apresentarem nos terreiros e não espíritos que, necessariamente, tenham sido escravos, índios ou crianças, embora existam aqueles que realmente o foram.
Cada terreiro ou conglomerado de terreiros têm a sua forma de interpretar e manifestar a Religião de Umbanda. São diversos ritos que diferem de casa para casa. Alguns utilizam atabaques, já outros, não utilizam tais instrumentos, preferindo somente o ritmo das palmas e o cântico dos pontos cantados.

De maneira geral, toda gira de Umbanda inicia-se como o processo de defumação - elemento característico de quase todas as giras - que consiste na queima de ervas e essências, com a finalidade de limpeza da matéria e do espírito, e do ambiente do terreiro antes do início da sessão e do trabalho das entidades que ali estarão. Normalmente as giras se iniciam com os pontos cantados, defumação e a incorporação.

As giras variam de casa para casa e podem ser de atendimento e/ou de desenvolvimento, específicas para cada grupamento de entidades, ou seja, gira de pretos-velhos, de caboclos, de crianças etc.
Nas giras de atendimento os médiuns incorporados pelos seus guias (pretos-velhos, caboclos, crianças etc), procedem ao atendimento espiritual ao público, em que todos são convidados a se consultarem com um guia e/ou a tomar um "passe".
Nas giras desenvolvimento, os médiuns da casa são desenvolvidos pelos guia chefe da casa ou por outros guias mais experientes, para o trabalho espiritual.
O desenvolvimento (que também varia de casa para casa) consiste em "chamar" o guia do médium e "firmá-lo" nesse médium até que ele, o guia, possa incorporar sem a necessidade da ajuda de um guia mais experiente.

Durante o processo de desenvolvimento, os médiuns passam por diversos rituais, como: amacis, boris, deitadas etc. Os quais são fundamentados e variantes para cada forma de Umbanda existente.